domingo, novembro 29, 2015

Sim



Sunrise doesn't last all morning,
A cloudburst doesn't last all day
Seems my love is up
And has left you with no warning
But it's not always going
To be this grey

All things must pass,
All things must pass away

Sunset doesn't last all evening,
A mind can blow those clouds away
After all this my love is up
And must be leaving
It's not always going
To be this grey

All things must pass,
All things must pass away

All things must pass
None of life's strings can last
So I must be on my way
And face another day

Now the darkness only stays at nighttime,
In the morning it will fade away
Daylight is good
At arriving at the right time
It's not always
Going to be this grey

All things must pass,
All things must pass away
All things must pass,
All things must pass away

sexta-feira, novembro 20, 2015

Levei a minha mente a dar um passeio

Levei a minha mente a dar um passeio por entre corredores de compras totalmente vazios, bem por entre a contenção pré-Natalícia. Fui flutuando um pouco acima do residual número de pessoas que percorrem estes espaços, desprovidos de almas e cheios de bossa nova nas colunas. Pessoas que caminham sem objectivos nenhuns por entre montras e oportunidades de negócio, vagueiam para passar um tempo que não precisam fazer passar. Vagueiam porque sim, mas sempre com a questão do tempo, ou da falta dele... Pelo caminho adormeci e deixei-me levar num estado flutuante de apatia, cada vez mais apertado pelo espaço cada vez mais vazio. E ainda por cima está frio. Volto a mim e a tentar empurrar o tempo para a frente, para que 60 minutos demorem menos do que sempre demoraram, e para que possa levar a mente a viajar, mas lá para fora.

segunda-feira, novembro 09, 2015

Sim, Alberto, é precisamente isto.


Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.

10-7-1930, “O Pastor Amoroso”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.

segunda-feira, novembro 02, 2015

Círculos


É meio perdido que me encontro numa movimentação circular, cíclica. Muitas vontades esbarram sempre na chegada ao ponto inicial, como se estivesse preso num labirinto mal feito em que a saída se encontra fora do próprio caminho. Logo então, depois de ultrapassada a frustração, sigo em frente, percorro, caminho com um ânimo crescente, mas, logo depois, acabo por me aperceber que não caminhei nada e que acabei por chegar ao local onde precisamente tinha começado a caminhada.
É duro alcançar a libertação destes círculos. É duro passar das vontades à realidade, fugir desse local paralelo onde me encontro, cheio de expectativa e consequente desilusão. A cabeça não larga o cansaço, o corpo não obedece, o espírito não sara. Há uma espécie qualquer de nó tão bem atado que quase que provoca um síndrome estúpido de Estocolmo. Tudo isto faz-me andar em círculos cíclicos de coisas incompletas, de bloqueios de todos os níveis, de micro tristezas associadas a tudo.
A tudo o que desejava fazer, a tudo o que tento fazer e não completo, a tudo o que tenho e perco. Numa perfeita apatia resolvo mudar, mas essa mudança só acontece no local mais criativo de todos: em sonhos. E a pior parte é que nunca me lembro na perfeição deles, fico sempre pela metade. E invariavelmente volto ao início do caminho. Vezes sem conta.