Nesse dia caminhava pelas ruas, meditava, reflectia, pensava... Apetecia-me caminhar nos meus pensamentos e interpretá-los, ao som da música que tinha como companheira, banda sonora deste momento, como de tantos outros, de tantas outras músicas... Imaginava-me em histórias paralelas, com outros fins que não os meus, que não os que aconteciam na realidade. Imaginava sempre uma história melhor, em que o momento da falha podia ser sempre alterado, e que tudo corria bem no final, com todas as adversidades que pudesse haver. Imaginava-me consistente, seguro, tranquilo. Imaginava-me a tomar decisões sem medo, imaginava-me com competências. Escrevia no meu caderno pequenos excertos de textos que me chegavam à memória. Apreciava o ambiente em minha volta e deixava que o meu pensamento divagasse livremente. Imaginava-me num fim de tarde de Maio, tentando apanhar o pôr do Sol, mas ao me distrair, perderia os breves instantes em que o céu ficava com tonalidades em que o azul se misturava com o laranja e outros tons que o ocupavam. Nesse momento regressaria a casa na companhia da escura noite, dando por fim a um dia em que a mente viajou e relaxou sempre suportada pela confiança e tranquilidade...
Nessa manhã chovia, e eu não tinha vontade de acordar, não queria acordar...