Olhei-me no espelho com a máquina na mão, e esperei para saber se realmente queria fazê-lo. Fitei-me, cabelo espesso, desorganizado, assim como as minhas ideias. Tinha um emaranhado de fios desalinhados, precisava de estabilizar a minha estrutura, libertar-me. Liguei a máquina e comecei a passá-la na minha cabeça. Pente 0. Radicalizar o acto, mesmo sabendo que poderia estar a exagerar, mas mesmo assim continuava. E ia sentindo o cabelo a cair mesmo à minha frente, lentamente, em molhos grandes. Uma e outra vez, até ficar praticamente sem cabelo nenhum. Logo logo fui abrir a janela e senti o ar fresco a percorrer-me a cabeça agora desprotegida. Fui enfiar-me debaixo do chuveiro e deixei-me estar completamente dominado pela água que caía na minha cabeça. Sentia a água a cair com mais que os pequenos restos do cabelo que tinha. Levava muita carga negativa, muitas frustrações, directamente pelo cano, directamente para fora de mim.
Ao sair, saí fresco, pronto para olhar em frente.
domingo, junho 23, 2013
segunda-feira, junho 03, 2013
Terraço.
Um ar fresco marca o fim de um dia quente. Fresco mas confortável num solitário terraço. Os mosquitos esbarram na luz do computador, uma das poucas luzes que ilumina este espaço. De phones nos ouvidos escrevo, percorro músicas, e mantenho-me por cá. Este ar fresco refresca as ideias, e que boa que é essa sensação.
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