quarta-feira, agosto 20, 2008

Se fecho os meus olhos e não acalmo decerto será porque a escuridão não tranquiliza. Porque não é fácil tranquilizar. Não tenho pela frente uma boa noite de sono, a escuridão não me acalma esta noite. Não me dominam pensamentos positivos, de esperança num amanhecer proveitoso. As inúmeras razões que povoam esse sentimento não o permitem. As razões que dominam um estado de espírito condicionado. Vários medos, preocupações, necessidades quotidianas que demorarão ainda alguns dias a serem supridas. Dormir não significará descansar, acordar será relembrar que há todo um processo complicado a ser ultrapassado de vários objectivos essenciais e vitais. Falhar será desastroso. Bens essenciais têm de ser conservados com o maior dos cuidados, é o bem precioso maior que carrega de felicidade toda uma existência. Manter o equilíbrio torna-se complicado, principalmente quando se está situado no meio de um cruzamento em que as pressões aparecem e não dão intervalo algum. Esta noite será dormida na companhia mais forte destas preocupações, e não será o sono um sono retemperador...

quinta-feira, agosto 14, 2008

Aproveitei o forte vento que inundava as ruas para fazer voar algumas noticias, alguns estados de espírito. Fazê-los voar até ao seu destino mais adequado. Colocar nesse pedaço de papel o que necessito, o que me faz falta. Tudo o que vive aqui por dentro, e que grita por liberdade, pela tão necessitada viagem. Viagem até aos olhos de quem iria ler a mensagem, completamente óbvia, carregada de saudade, carregada de ansiedade pelo futuro próximo, de poder compensar outras dezenas de dias de impossibilidade. Todo este turbilhão quer voar para se dar a conhecer concretamente, quer ultrapassar várias zonas, atravessar rios, passar por zonas quase desérticas, chegar a um outrora reino autónomo longínquo. Chegar a esse extremo já próximo do mar, e revelar tudo. Tudo o que vem em quantidades de contagem utópica, de descrição impossível. Todas estas sensações viajam, para que possam regressar por esse mesmo vento, bem acompanhadas, até bem perto...

quarta-feira, agosto 06, 2008

terça-feira, agosto 05, 2008

Desnorteado



adj.,
que perdeu o norte, o rumo, a direcção a;

desorientado
;


fig.,
estouvado.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Curtas frases numa qualquer noite

Madrugada. Sono. Incapacidade de adormecer. Música. Calor. Idiotices. TV e Internet. Saudades. Informação estagnada. Aborrecimento. Apatia. Mais sono. Tenho que ir dormir. Responsabilidades. Preocupações. Compromissos. Mais saudades. Baixa auto-estima. Sono. Preguiça. Desleixo. Falta de atenção. Dor de cabeça. Dor de olhos. Sono. Disparates. Música. Mais saudades. Sono. Vou Dormir. Sonhar. Talvez.

sábado, agosto 02, 2008

Obedecer à Sorte

É esta a minha condição humana
De viajar por entre colinas de estados de espírito,
A sobreviver a cada acidente fortuito,
Tratando toda a dor que das feridas emana

Sou um refém da vontade da sorte
Que me domina e me desorienta
Durante a noite a minha cabeça atormenta
Perversidade do mais fino recorte

Chamo-lhe perversa porque é inesperada
Nunca sei para que lado empurra a maré
Que há vezes em que a vida é quase afogada
Mas outras consegue com firmeza ter pé

Desta forma de vida não tenho medo
Já que nunca chegamos a ser completos
Sem nunca saber se desapareço cedo
Vou aproveitar todas as experiências, vivências e afectos...

segunda-feira, julho 28, 2008

Just a Little Message

Vocês guiam-se por pensamentos tão fúteis, formas de estar completamente robotizadas. Deixam-se controlar por ordens sociais extremamente perversas, meios de comunicação que querem à força incutir acções, personalidades. Querem que todos se comportem à medida do que eles transmitem. E vocês. feitos burros, obedecem, deixam-se hipnotizar por essas imagens vulgares superficiais, que dizem mostrar a realidade, o que dizem ser factos verdadeiros, e por aí fora... Tais factos, realidades, pura e simplesmente não existem, são perfeitamente ridículos. Mas vocês comem essa palha, não pensam por vós próprios, não agem segundo a vossa vontade.

Grupos predefinidos de anormais e inúteis que não ligam ao que verdadeiramente interessa, vocês tornam-se num futuro completamente prejudicial para o meu país. Tornam-se num futuro em que não há raciocínio lógico, não há pensamento crítico e construtivo, não há uma mentalidade competente e trabalhadora. Há uma mentalidade preocupada apenas com o visual, o visual de quem acompanha, de estatutos sociais completamente superficiais. Vocês não valem nada, não entendem textos elaborados, rotulam tudo o que não seja óbvio de "esquisito". Se não estiver a papinha feita já não a comem. Cambada de miúdos mimados...

Vocês metem-me nojo, não vos gramo de forma nenhuma. A vocês e aos vossos amigos. Nunca tiveram dificuldades na vida, não sabem o que é lutar pelos vossos objectivos. A vocês só vos interessa o desinteressante, o que não interessa. A mim. A ninguém que seja minimamente inteligente. Cansam-me a paciência. Os neurónios. O juízo. O pior de tudo é que vocês se reproduzem que nem ratos. A vossa população aumenta como se uma praga invadisse catastroficamente o planeta. A vocês e a todos os vossos amiguinhos vos desejo uma coisa apenas: que morram bem longe, por favor. Tenho dito.

sábado, julho 05, 2008

Não há

Não há sono. Não há dores. Não há cansaço. Não há falta de vontade. Não há tristeza. Não há aborrecimento. Não há irritação. Não há dúvida. Não há incómodos. Não há inconvenientes. Nada prejudica. Não há feridas. Não há cicatrizes. Não há obstáculos nem barreiras. Não há mal entendidos. Não há pressões. Não há inseguranças. Não há ressentimento. Não há desilusão. Não há fraquezas. Não há intolerância. Não há relaxamento. Não há fugas. Não há cobardias. Não há mentiras. Não há manias. Não há faltas de respeito. Não há males. Não há nada. Há a certeza de que não há nada que tire tudo o que de bom existe, tudo o que de bom trazes.

terça-feira, julho 01, 2008

Era uma vez um sonho. E uma caneta. E uma folha de papel. Era uma vez um sonho de ser escritor, escrever com a velocidade com que se pensa, criar com a velocidade com que as ideias surgem e torná-las concretas, adequadas e prontas a serem lidas por todas as pessoas que olharem para essas palavras todas juntas. Um sonho tão difícil de concretizar e no entanto com tanta força de existir. Um sonho já tão antigo, mas que por vezes parece que não passa apenas de uma ideia meramente passageira, mania de época. Mas mantém-se o gosto pelas palavras, pelas frases bonitas e cheias de significado. Mantém-se o gosto de juntar palavras a imagens e relacioná-las pertinentemente. Por vezes impossível, outras vezes próximo, nunca deixa de ser uma forma de libertar e expressar estados de alma e outros pensamentos.

sexta-feira, junho 27, 2008

Rose of My Heart

Johnny Cash - Rose of My Heart



We're the best partners this world's ever seen,
Together as close as can be.
Sometimes it's hard to find time in between,
To tell you what you are to me.

You are the rose of my heart,
You are the love of my life.
A flower not fading nor falling apart,
If you're tired, rest your head on my arm.
Rose of my heart.

When sorrow holds you in her arms of clay,
It's rain drops that fall from your eyes.
Your smile's like the sun come to earth for a day,
You brighten my blackest of skies.

You are the rose of my heart,
You are the love of my life.
A flower not fading nor falling apart,
If you're cold, let my love make you warm.
Rose of my heart.

So hard times or easy times, what do I care,
There's nothing I'd change if I could.
The tears and the laughter are things that we share,
Your hand in mine makes all times good.

You are the rose of my heart,
You are the love of my life.
A flower not fading nor falling apart,
You're my harbor in life's restless storm.
Rose of my heart.

Porque és minha e eu adoro essa sensação...

sexta-feira, junho 20, 2008

(Almost) No Comment


Um guarda-redes fecha os olhos como se tivesse medo da bola. É ele o culpado, não me venham com penaltis defendidos e marcados, a Inglaterra não jogou este Europeu, e este jogador falhou imenso nesta competição, como prova esta imagem. É fraco, muito fraco, e uma selecção se quer ser forte não pode ter jogadores fracos como este.

segunda-feira, junho 16, 2008

A vitória da estabilidade

Não preciso viver no limbo para me sentir realizado. Não preciso estar sempre no limite do incerto para ter adrenalina. Preciso da estabilidade para poder potenciar o que tenho e o que sou. Preciso de não ter turbulência. Viver sempre na insegurança só acabará por me destruir, a incerteza crónica não é boa companheira. Querer que o redor viva também nessa incerteza não nos melhora a vida, não nos torna felizes. Por mais inconscientes que os actos possam ser, esses só revelarão o mais íntimo dos desejos, e assim, será feita a tentativa de provocar essa sensação de incerteza, do "e se.." em próximos, para que se possa recrutar companheiros de "guerra" e criar um novelo de fios completamente envolvidos uns nos outros, cheios de nós. Não quero isso, não considero positivo. Neste momento considero mais que positivo, considero essencial a estabilidade. É bem mais importante e possibilita que as minhas capacidades se mostrem e se desenvolvam. É uma forma consistente de se viver a vida sem tédio, sem dúvida...

sexta-feira, junho 06, 2008

Só volto lá acompanhado...



São Leonardo de Galafura

À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.

Lá não terá socalcos
Nem vinhedos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.

Por isso, é devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho!


Miguel Torga


...por ti...

domingo, junho 01, 2008

Sim, gosto deles

Já o tinha encontrado à venda numa loja um pouco refundida numas ruas de Coimbra, e a um preço completamente exagerado. Tempos depois encontrei outra vez este cd a um preço normal e eis que me encontro a ouvi-los em grande número. 32 músicas destes Sheiks, os "Beatles portugueses". Nos anos 60 havia bandas como esta e outras que faziam música, apesar do regime castrador que Portugal vivia. Uma das melhores bandas portuguesas de sempre, com toda a certeza...

terça-feira, maio 27, 2008

Alice

É, na minha opinião e sem qualquer dúvida o melhor filme português de sempre...

segunda-feira, maio 26, 2008

Apenas uma partilha

Uns tempos atrás escrevi um texto numa fase um pouco conturbada. Mais de um ano depois e muitas histórias depois sinto que é a altura de o partilhar aqui neste espaço:


Uma Triste e Frustrante Realidade


Vou tentar não escrever a coisa mais triste que alguma vez escrevi. Pela triste razão que triste me encontro. Triste como não gosto de estar, triste como tenho tanto medo de ficar, triste como infelizmente estou. Estou triste pela irracional razão do coração que nos prega tantas partidas. Partidas que nos roubam tudo o que temos restando apenas meras memórias, que ferem em grande gravidade. Aquela fase em que não há nada que nos faça sorrir como nos momentos em que estamos bem, em que nenhuma palavra de incentivo é mais que um curto balão de oxigénio para aguentarmos as próximas horas. Não é suficiente, não chega. Torna-se claro qual é o meu sonho neste momento, o que eu mais desejo, sem falsas forças ou orgulhos. Como é óbvio sonho em ter o que tinha de volta, mais do que tudo, como se a minha vida quase dependesse disso. A dor que tudo isto causa torna-me uma pessoa estranha, sem sentido de orientação regular. Um dia sou forte e afasto-me de tudo, num outro sou uma pessoa rancorosa com muitos fantasmas para exorcizar. Tem dias que caio completamente na fraqueza das saudades e me deixo cair no chão. E há dias como o que vivo neste momento, em que me resigno à tristeza sabendo que nada vai melhorar, faça o que fizer. Faça o que fizer, que seria tudo, mas tudo não será suficiente para voltar a ter o que tinha, o que me fazia feliz, realizado… Lembro-me de um texto fantástico ao qual só dei atenção muito depois de conhecer.. Quero desnascer, assim como nesse texto.. Neste momento sinto a minha alma completamente contagiada pelo negrume de tudo o que é estado de espírito. Está ferida de morte, e não sei como recuperá-la.


Qual é o significado da palavra triste? Como se pode definir algo como triste, ou como a tristeza? Como explicar porque isto acontece? Não consigo, aliás neste momento nem dormir consigo. Aproxima-se algo do qual eu tenho medo de encarar. Sim, medo de ver o que não quero ver, do que estou a pressentir, e do qual não me consigo escapar. Tenho medo de a ver e de perceber que é algo garantido, que não haverá remedio para solucionar tudo isto, e que apenas eu serei parte preocupada neste assunto. Será medo a tristeza? Não saberei ao certo mas no meu caso faz parte da ementa, está por lá misturado como vários ovos num bolo. Quero desaparecer, sim, gostava de poder recomeçar de novo bem longe daqui. Sinto-me fraco, não me consigo controlar, quero chorar… Não consigo, não consigo.. Quero dormir, e amanhã saberei que estarei a ser acordado mais cedo que o previsto, saberei que terei um dia de descanso estragado e que mais uma vez vou fracassar numa tentativa de estudo. Saberei como sei agora que vou dar mais uma parte fraca de mim nesta história toda, e que vou acabar o dia enfiado na melancolia que agora sempre me acompanha. Saberei, como sei agora, que tudo isto não faz sentido, que tanto sofrimento não tem razão para existir. Não fiz tanto mal no mundo para receber este pagamento. Tento ser a melhor pessoa possivel.. Tento ser alguém moderadamente bom, com bom intimo, e tudo o que se pede de uma pessoa de bem. Acabo por não receber o que espero e fico com aquela sensação de injustiça a percorrer-me o corpo, mesmo sabendo que nunca nada peço.



Um dia todas as pessoas que se preocupam comigo vão-se desiludir. Vão perceber que por trás de tudo isto se esconde um ser paranóico, com uma enorme necessidade de ver o ego a ser alimentado, e que gosta de receber na mesma quantidade que dá: quantidade industrial. Irão ver alguém extremamente estranho com graves problemas de auto-estima. Irão ver alguém que os fará esquecer que tem qualidades. Esse alguém serei eu, esse alguém sou eu, alguém completamente viciado em atenção. Por aqui está alguém a sofrer, e a desejar receber um utópico sinal, que nunca irá aparecer. Custa muito levantar a cabeça, não é nada boa mais esta fase pela qual passo… Infelizmente tudo o que de mal se passa acaba por ser previsto momentos antes, mas sem nada poder fazer para o evitar. É uma triste e frustrante realidade…

Março 2007

quinta-feira, maio 22, 2008

sexta-feira, maio 09, 2008

Tantas palavras misturadas com toda uma ternura e doçura, que só poderia resultar numa ambiência de puras ligações cheias de significado. Mentes ligadas no silêncio por uma linguagem não-verbal, em que os gestos e expressões ditam leis nos momentos em que não é necessário dizer qualquer palavra. Nesses momentos em que o exterior se transforma num vazio desinteressante porque é apenas acessório de algo transcendente. É isto que me faz pensar noite e dia, e me enche os sonhos quando descanso. É isto que me tem estruturado e me põe com bases estáveis de felicidade. É isto mesmo o que eu precisava e o que eu quero. É isto que me surge entre pétalas e números perfeitos. Isto que só me dá vontade de querer mais e mais, de descobrir o que há para além de tudo. De saber crescer cada vez melhor, de fazer crescer tudo isto cada vez melhor. Dá-me uma vontade cada vez maior de ter muito mais, de procurar muito mais, sentir muito mais. É isto mesmo o que eu quero, é isto mesmo que quero ter...

quinta-feira, maio 01, 2008

A Menina das Pétalas aceita um convite para ver o nascer do sol do lado correcto?

sábado, abril 26, 2008