O meu ritmo disparou assim que te vi. E nem sequer te vi pessoalmente, vi-te numa fotografia. E lá estavas, com a tua mais bonita expressão, feliz. Com um sorriso que me desarma tão facilmente como dar dois passos seguidos. Que vontade tão grande de te abraçar, de te encher de palavras que estão aqui dentro presas... Do que sinto, do que imaginaria para ti junto de mim, de escrever tantas páginas, de tantas histórias que nem um livro era suficiente. Sinto falta de tudo o que significaste e ainda significas para mim, dos dias maravilhosos passados a teu lado, de bloquear apenas a olhar para ti... Tanta coisa, tanta coisa... Tanto que aqui dentro bate, tão depressa que fica o meu ritmo cardíaco. Não te queria largar nunca mais, mas agora tenho de o fazer, tenho de aceitar e de me conformar com esta derrota. Talvez um dia possa estar em condições de lutar para te ter de novo bem juntinho a um dos meus ombros. Mas, por agora, não posso aspirar a nada mais do que essa imagem numa nostálgica imaginação.
quarta-feira, junho 24, 2015
segunda-feira, junho 22, 2015
My screws
Peguei num caderno e pus-me a escrever. Escrevi muita coisa que tinha em atraso. Que deveria ter escrito na altura certa, com o sentimento certo, para que a autenticidade não se perdesse. Escrevi bastante, mas muito influenciado pelo que senti na altura, pelo que sinto agora. Passei muito tempo a querer escrever aqui muitas coisas boas e más que me aconteceram. Não o fiz, por motivos que poderei ou nem poderei sequer saber. Não o fiz.
Nestes meses de inércia escrita, criativa, passei muitas fases, muitas etapas que poucos acompanharam de verdade. Mesmo por vezes a necessidade de falar e desabafar possa parecer que me exponho demasiado, tal não é exactamente o que acaba por acontecer. Acabo por desabafar o que acho que posso, por vezes acertadamente, mas também em outras situações completamente desnecessário. Medo de desapontar, vergonha, altruísmo... Já me passaram tantas expressões pela cabeça e nunca nenhuma me soou definitiva, totalmente lógica. Pura e simplesmente aconteceu.
Por agora vejo-me numa madrugada quente de segunda feira a tentar regressar a esta janela que tanto me deu, a este espaço onde já escrevi tanto do que se passava comigo e que há tanto tempo que não conseguia partilhar o que quer que fosse. Durante este tempo amei em silêncio, sofri em silêncio, estive no topo e no fundo do poço, tudo em silêncio. Silêncio de escrita, para ser mais específico. Espero que tal silêncio não se prolongue, e que possa partilhar mais do que aconteceu, e do que acontecerá.
Esta minha janela já leva dez anos, mas não a quero abandonar tão cedo, não a quero deixar no silêncio. Pelo menos por hoje não a vou deixar.
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