sábado, abril 27, 2013

Das vontades que nos surgem




Vou lhe fazer uma visita
Mas não fique assim, aflita
Que eu não sou de reparar

Não precisa de banquete
Nem preocupe com enfeite
Não me vá empetecar

E os velhos discos de bolero
Tô levando pois eu quero
Lhe ensinar como dançar

E dizer-lhe ao pé do ouvido
Com um tom meio atrevido:
"dois pra lá e dois pra cá"

Vou lhe fazer outra visita
Pra lhe ver, assim, bonita
Ir correndo ao portão

Decorou o tal bolero?
Vem cantando em tom sincero
Sequestrando minha atenção

A radiola está no jeito
Lhe aproximo do meu peito
Repetindo a tentação

"são dois pra lá e dois pra cá"
Você vai ver no que dá
Cantar de novo esse refrão

Olha pra junto dos meus pés
Você consegue reparar
No tempo de nós dois
E ver que assim como se dança
O passo é feito de esperança
Espero amar depois

segunda-feira, abril 08, 2013

sexta-feira, abril 05, 2013

Ontem, o teu nome
em voz alta pronunciado
foi como se uma rosa 
me tivessem atirado.

Nada Duas Vezes, Wisława Szymborska