quarta-feira, dezembro 28, 2011

Naquela tarde vi-te de perto. A ausência temporal desde a última vez que te vi fez diluir o forte bater que sentia cada vez que te via. Pela outra rua segui eu. Agora só te vejo entre os prédios. Já me consigo fazer passar despercebido. Já quase que, até a mim, a minha reacção começa a passar despercebida. A nostalgia passou a residir apenas numa forma de estar. E lá o teu rosto poderá já não estar. Poderá ser apenas uma figura em branco à espera de ser de novo preenchida, assim como a tua já foi ocupada e o lugar mudou de posse. A minha rua tem lá à frente um cruzamento e só com uma inversão de marcha poderia voltar a cruzar com a tua. Seguir em frente será o meu caminho. Para trás nada mais há a descobrir e eu quero conhecer melhor esta cidade.


quarta-feira, dezembro 14, 2011

Frio, ruas desertas, passo firme. Em busca dos cobertores que assentam as ideias na noite escura, para ir absorvendo as novidades de cada dia.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

In the Night Air








 "I’ve acquired a taste for silence

Darkness fills my heart with calmness 

And each thought like a thief is driven 

To steal the night air from the heavens"


 Jamie Woon - Night Air

terça-feira, novembro 22, 2011





Um dia cheio de chuva para marcar o até já a uma cidade.

sexta-feira, novembro 18, 2011

Essas saudades.

Saudades. Sentimento nostálgico. Por vezes utópico. Muitas vezes utópico. Presentemente utópico. Chama intermitente que nos queima de vez em quando. Sentimento feroz que arde bem no interior de toda a nossa armadura de segurança e confiança. Momento de sofrimento. Sim. Momento em que se deseja um regresso ao passado que se dilui na impossibilidade do futuro. Pura e simplesmente não irá acontecer. Simplesmente não é suposto acontecer. Mas no entanto bem as sinto. Bem as sofro. Bem me marcam. Queria, quero tanto. Mas não tenho, não terei. Aprendi a viver com isso. Mas ainda as sinto, Ainda me afectam. Ainda as sinto. Essas malvadas. Essas saudades.

terça-feira, novembro 15, 2011

Estas dores

Da cabeça sobrevivo, com estas dores que me inflige. Com estas dores que acordo, que ainda existiam antes de sucumbir ao sono. Estas dores que não descansam, de uma mente que teima em não repousar. Noites preenchidas de sonhos convulsos e confusos, histórias de um nocturno mundo paralelo, mundos imaginários com traços reais que aceleram o batimento cardíaco e lançam o pânico por entre a rede de neurónios. Histórias pormenorizadas que levam o esforço ao limite, até que, no momento em que os raios de luz atacam as pálpebras, os olhos abrem e o novo dia começa abalado pelo que acabei de vivenciar, com estas dores que fazem questão de me lembrar.

domingo, novembro 13, 2011

Da nossa condição

Sem dó nem piedade pela fraca condição que nós seres vivos temos, consome-nos como fogo descontrolado. Arranca de nós numa facilidade assustadora, com uma violência atroz que nos mata por dentro e nos inunda de solidão. De tão fraca que é, escorrega pelas mãos como finos grãos de areia, deixando-as vazias, inertes. Por vezes num processo que se arrasta, outras num golpe perfeito.
Nada nos é possível fazer para o evitar, seremos sempre espectadores hipnotizados até ao momento em que nós próprios formos os visados.
A cada episódio ressurge em nós o medo. Aquele receio de uma inevitabilidade feroz. Da nossa incapacidade de o prever, de nos prepararmos.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Cada vez mais...



... me sinto uma mistura destes dois.

quarta-feira, novembro 02, 2011

A chuva cai e eu diluo-me em confusão.

domingo, outubro 23, 2011

Em Novembros que anseiam por chuvas continuarei eu perdido em saudades que ansiarão por alguma coisa, que me preencherão os sonhos como até então. Que me ocuparão a mente como até agora. Que farão trabalhar o meu pensamento. Que me farão ser e sentir o que a minha essência sempre mandou. Que farão da transparência sair o sentir tudo no seu auge, para o bem ou para o mal. Seguirei assim pois não tenho outra hipótese de seguir outro caminho. Seguirei assim pois estou e sempre estarei refém de mim próprio. Nunca vou fugir disto. É este o meu propósito.

domingo, outubro 09, 2011

Se não vos vejo pessoalmente, imagino-vos na minha presença. Mesmo à minha frente, mesmo ao meu alcance, como se apenas bastasse um sopro para chegar bem perto e falar. Talvez produto da minha imaginação, talvez apenas fruto do meu sub-consciente presente num qualquer sonho que existe todas as minhas noites de sono. Estão lá presentes de alguma forma, de algum modo, num qualquer contexto de lugar reservado na minha mente e no meu coração. Vejo-vos e estremeço, sem saber se tremo de vontade de ir em frente ou se tremo do receio do incerto e da falha que a falta da certeza na realidade me traz. A vossa imagem fica presente no meu pensamento, que acaba por influenciar a minha visão, o meu estado de espírito. Acordo e cedo ao esforço, vou abaixo. Tudo surge pior quando a realidade nos desperta e nos arranca da imaginação, estou de volta ao novo dia, mas sempre com a sensação de que o sonhado poderia ter sido efectivamente visto, e que o que pareceu estar lá realmente estava. Mas não estava. Tenho pena mas vou ter que acordar de novo.

quinta-feira, setembro 29, 2011

A cidade está cheia, e ainda assim consigo sentir um silêncio fortíssimo a controlar-me. Consigo estar isolado no meio da multidão, sem sequer me aperceber que estou a ser empurrado. Abre-se um buraco e eu desapareço, sem saber para onde estou a ir. Caio com estrondo no chão, o meu corpo convulsa, a mente acorda, e um novo dia começa...

sábado, setembro 24, 2011

Haverá barco que volte no local onde se perdeu?
Haverá brisa que soprará onde se esgotou?
Haverá Sol a brilhar onde se pôs?
Haverá Mundo a rodar onde parou?

Haverá sonho a começar onde terminou?

quarta-feira, setembro 21, 2011

Desperto com os raios de sol que perfuram pelo meu quarto dentro e me arrancam dos sonhos a que estava preso. Acordo cansado e ofegante, estava a sofrer enquanto dormia. Tinha a noção de que era só um sonho mau e queria acordar, mas não conseguia, a alma estava presa naquele imaginário nostálgico e doloroso, doía imenso... Acordo a respirar fundo mas perturbado. Queria poder respirar melhor, mas por aqui o ar tem estado rarefeito...

domingo, setembro 04, 2011

sábado, setembro 03, 2011

Que orgulho!


3 anos de música, muito boa música... Parabéns Lugar Comum!!

quarta-feira, agosto 17, 2011

365 dias depois está mau tempo. Em Agosto não devia ser assim.

domingo, agosto 14, 2011

Diluí-me numa poça de água

Diluí-me numa poça de água e evaporei com o calor do outro dia. Percorri lentamente o caminho para o céu enquanto olhava para baixo e observava o mundo. Observava as acções e comportamentos. Observava as atitudes, ouvia as palavras ditas, e as palavras desditas. Lentamente subia, puxado pelas ondas do calor tão forte que fazia nesse dia. Absorvi o mundo, com todas as suas virtudes e falhas e finalmente cheguei às nuvens. Por lá fiquei até ao momento em que chova e eu possa descer velozmente de volta ao chão.


quinta-feira, agosto 11, 2011




Just close your eyes and think of me.. I'm all around, like a spirit

quinta-feira, julho 28, 2011

De meus olhos sai o cansaço
De tanto fumo que por lá passou
Do que o corpo mexeu
Do que a mente viveu

Do meu corpo sai o cansaço
Por agora adormecendo
Daqui a pouco acordando
E pouco descansando

Noites que se prolongam
Pessoas que se avistam
Festa que dura
Cama que espera

E por fim o repouso
E o dia a raiar
É agora tempo de dormir
É agora tempo de finalmente descansar

segunda-feira, julho 25, 2011

E entretanto...

Já há nome!


Irá ser duplo, e chamar-se-á "Da Paixão/Da Solidão" e já está bem encaminhado...

domingo, julho 24, 2011

True




Dry your eyes mate
I know it's hard to take but her mind has been made up
There's plenty more fish in the sea
Dry your eyes mate
I know you want to make her see how much this pain hurts
But you've got to walk away now
It's over
Conformar, lidar e seguir.

terça-feira, julho 19, 2011

Nestes nossos dias nunca vivemos satisfeitos com o ritmo que temos. Desejamos sempre mais, ou menos do que temos e nunca paramos para perceber naquele exacto momento. Vivemos olhando demasiado para trás, ou esticando o pescoço para a frente, sem termos percepção do chão que pisamos.
Se ficamos obcecados com estas extremidades acabamos por sabotar o nosso bem estar e acabamos por ferir de morte o que poderia ser salvo.
É necessário olhar em frente, mas com atenção ao que no momento está no chão e que nos possa fazer tropeçar e cair com violência no chão. 
Tudo isto sem amarras, desbloqueado, Tudo isto enquanto o vento bate agradavelmente na cara.

sexta-feira, julho 08, 2011

quarta-feira, julho 06, 2011

Souffrir par toi n'est pas souffrir


The boy with the glasses is trying to get some sleep. This boy is experiencing some difficulties achieving his goal: to sleep well. He takes off the glasses and start wondering a parallel universe, a parallel reality, future, etc.. Then he is flying through those thoughts and imaginations, seeing what could have been, how could he be in another life, in a different future. He wakes up. Again. Frustrating, just fell asleep and now he is awake again. Time to put bak the glasses. The day after has come. Now it's time to try to live it better than the one before.

terça-feira, julho 05, 2011

São ácidas e fazem-me arder os olhos.
Também me fazem dormir quando preciso.

sábado, julho 02, 2011

Raise the Roof




Tracey Thorn - Raise The Roof

quarta-feira, junho 29, 2011

"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez a tua rosa tão importante..."

segunda-feira, junho 27, 2011

sábado, junho 25, 2011

Tamanho calor inunda o dia e eu tenho que me confinar ao espaço fechado que me levará até à noite escura. Queria ser arrancado de volta para a luz e poder sentir o ar quente a bater-me na cara. Terei que sentir o ar condicionado a variar de espaço para espaço. Sinto vontade de passar tardes a escrever na sombra de uma árvore centenária, ter grandes epifanias, pensamentos... Vontade de poder estar totalmente sincronizado com os meus pensamentos. Queria poder estar o dia todo na inconsciência dos pensamentos e encher a minha cabeça de ar puro, de ar poluido, do quotidiano e de tudo o que esteja a ser paralelo naquele exacto momento. Terei que reformular esse desejo e torná-lo em algo possivel e palpável. Não está longe, mas também não tem sido fácil. Não é fácil não poder expressar e ter o que no momento se quer, e saber esperar por uma melhor circunstância. É preciso saber esperar.

quinta-feira, junho 23, 2011

quinta-feira, junho 16, 2011

terça-feira, junho 14, 2011

Por nuvens cinzentas vi escondido o teu sorriso. Lá estava, a um canto, bem tímido e reservado. Corri ao teu encontro para te avisar, mas quando lá chegámos ele já estava noutro lugar. Pensaste que estaria a brincar contigo e refilaste, mas eu era capaz de jurar que o vi lá, bem dentro dessas nuvens. Começou a chover. Choravas. Quando fugiu, o teu sorriso levou com ele a calma. Ficaste nervosa e triste. Por isso refilaste comigo. Chove copiosamente. Era mesmo capaz de jurar que ele estava lá... Peguei num guarda chuva e fui de novo à procura, mas cada vez que o encontrava ele fugia de novo. Fui ao teu encontro e pedi-te desculpa. Não o conseguia apanhar. Continuava a chover. E abracei-te, tentei combater a tua tristeza. Pelo meio disse uma tolice qualquer para te distrair. Vi um arco-íris. Estavam a sair raios de sol enquanto chovia. Ele esteve lá o tempo todo, bem dentro. Esteve lá bem à minha frente. Está bem no teu meio.

quinta-feira, junho 09, 2011

“I have a new method of poetry. All you got to do is look over your notebooks... And think of anything that comes into your head, especially the miseries... Then arrange in lines of two, three or four words each, don't bother about sentences ...”

Allen Ginsberg

segunda-feira, junho 06, 2011

quinta-feira, maio 19, 2011

Deixem-me gritar!



por favor...

quinta-feira, abril 28, 2011

sexta-feira, abril 22, 2011

Bom dia!



Little Walter - My Babe

segunda-feira, abril 18, 2011

Alguém despejou um balde de perfume de terra molhada nas ruas

Alguém despejou um balde de perfume de terra molhada nas ruas. Uma essência de pós-tempestade que nos faz parar o tempo e contemplar esse aroma tão consensual. Bloqueei junto à minha janela com esse cheiro da terra molhada e de repente o céu não estava cinzento. Estava negro. Tinha anoitecido. E o cheiro a terra molhada ainda perdurava. Continuava por ali bloqueado mas completamente consciente da vontade que tinha de lá estar. Tudo para aquele momento em que uma luz se acenderia e eu saberia quem estaria ali, a uns cem metros visíveis de mim. Tudo para que naquele momento pudesse tornar real um fio que ligasse as duas janelas e me pudesse transportar até lá. Chegar através da janela e estar debaixo dessa mesma luz que tinha visto acender-se. E ficar, pura e simplesmente ficar...
Abril, sonhos mil....

quarta-feira, março 09, 2011

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Cinco anos separaram dois momentos passados no mesmo sítio. Descer aquelas escadas e pensar no que aconteceria cinco anos à frente. Passar nessas mesmas escadas cinco anos depois. Poderia ser um sinal que nada aconteceu e tudo tinha ficado exactamente igual. Nada mais errado. Apesar da distância temporal coincidir no espaço físico, tudo o que está no meio é diferente, e muito cheio. Por vezes dá ideia que se passaram bem mais que cinco anos, uns dez ou até mais. Passados sete anos ainda existe essa sensação. Principalmente quando o espaço em questão não mudou o visual, mas o seu "recheio", as pessoas que o compõem, mudaram. Dá uma sensação estranha recordar tudo o que se passava antes e ver pessoas totalmente diferentes a ter o mesmo tipo de existência. Sinais dos tempos...

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Forget Not!

Forget not, ne'er forget
The days of youth so bright.
On life's dark path they. cast
A beam of radiant light,


The golden dreams of youth
Of love, of action bold,
Of pure impulse, of such
Be not ashamed, but hold.
They pass, and then in gloom
Thou'lt labor like the mole,
And callouses will come
Both on thy hands and soul.
He only, who can love,
Endure, whose blood can thrill,
Whom hope can always heal,
Whose courage naught can still,
Who grieves o'er man's defeat,
Rejoices when he wins—
He is a man complete.


Throughout thy life, perhaps,
'Twill not lie in thy power
To be such man complete—
Yet be one for an hour!


And then in evil days,
When grief makes thy heart sore,
When thy hopes pass away,
And feeling glows no more,
When from the broad highways
Where tides of life still sweep,
Thy way through bypaths leads,
Deserted, narrow, steep;
When cares compress the heart,
When thorns thy feet shall gall—
Thou wilt then life's springtime
With gratitude recall!
And those bright dreams shall then
A light on thy path bring.
Forget not, ne'er forget
The days of youth, of spring!


Ivan Franko, 1882

domingo, janeiro 30, 2011

...


Hoje não é o dia solarengo que lá fora está.