Se não vos vejo pessoalmente, imagino-vos na minha presença. Mesmo à minha frente, mesmo ao meu alcance, como se apenas bastasse um sopro para chegar bem perto e falar. Talvez produto da minha imaginação, talvez apenas fruto do meu sub-consciente presente num qualquer sonho que existe todas as minhas noites de sono. Estão lá presentes de alguma forma, de algum modo, num qualquer contexto de lugar reservado na minha mente e no meu coração. Vejo-vos e estremeço, sem saber se tremo de vontade de ir em frente ou se tremo do receio do incerto e da falha que a falta da certeza na realidade me traz. A vossa imagem fica presente no meu pensamento, que acaba por influenciar a minha visão, o meu estado de espírito. Acordo e cedo ao esforço, vou abaixo. Tudo surge pior quando a realidade nos desperta e nos arranca da imaginação, estou de volta ao novo dia, mas sempre com a sensação de que o sonhado poderia ter sido efectivamente visto, e que o que pareceu estar lá realmente estava. Mas não estava. Tenho pena mas vou ter que acordar de novo.
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