quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Num Qualquer Dia

Num qualquer dia serei uma estátua de bronze molhada pela chuva de Agosto, numa praça vulgar com uma fonte em frente. Nesse dia serei imóvel, inerte, contemplando o que à minha volta se construiu. Nesse dia os jovens apenas me irão conhecer pela placa que me identificará e não pelas razões que levaram a que fosse construida.
Num qualquer dia serei essa estátua, serei toda a paisagem que me rodeia.. Serei uma qualquer ave que pousa no meu ombro e partilha comigo a vista.. De pessoas, de alterações metereológicas, assaltos, violência, amizade, ternura.. Amor.. Serei sim esse espaço, num qualquer dia de Janeiro, Fevereiro, Março... Num qualquer dia de festejos, serei o colo aos mais arrojados, os que gostam de celebrar mais alto.. Irei fazer parte de fotografias, de postais, de panfletos... Locais a conhecer..
Nesse qualquer dia, como nos outros, serei apenas uma lembrança.. Uma lembrança de uma vida já vivida e terminada...

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