É meio perdido que me encontro numa movimentação circular, cíclica. Muitas vontades esbarram sempre na chegada ao ponto inicial, como se estivesse preso num labirinto mal feito em que a saída se encontra fora do próprio caminho. Logo então, depois de ultrapassada a frustração, sigo em frente, percorro, caminho com um ânimo crescente, mas, logo depois, acabo por me aperceber que não caminhei nada e que acabei por chegar ao local onde precisamente tinha começado a caminhada.
É duro alcançar a libertação destes círculos. É duro passar das vontades à realidade, fugir desse local paralelo onde me encontro, cheio de expectativa e consequente desilusão. A cabeça não larga o cansaço, o corpo não obedece, o espírito não sara. Há uma espécie qualquer de nó tão bem atado que quase que provoca um síndrome estúpido de Estocolmo. Tudo isto faz-me andar em círculos cíclicos de coisas incompletas, de bloqueios de todos os níveis, de micro tristezas associadas a tudo.
A tudo o que desejava fazer, a tudo o que tento fazer e não completo, a tudo o que tenho e perco. Numa perfeita apatia resolvo mudar, mas essa mudança só acontece no local mais criativo de todos: em sonhos. E a pior parte é que nunca me lembro na perfeição deles, fico sempre pela metade. E invariavelmente volto ao início do caminho. Vezes sem conta.
Sem comentários:
Enviar um comentário