segunda-feira, agosto 10, 2009

Tarde no parque

O céu estava limpo, limpo o suficiente para que o céu fosse quase na totalidade azul. Era um dia de Agosto, num verão cada vez mais instável no seu puro calor de outrora. Havia um caminho a fazer, havia transportes para o fazer. Mas uma necessidade de fazer mexer as ideias além do corpo, levou a que esse caminho fosse feito a pé. Estava calor mas era uma tarde agradável, corria um aprazível ar e era uma boa altura para caminhar e passear. Passos lentos, para que a digestão das ideias fosse feita em condições. Faltava apenas uma banda sonora para o momento. Não havia, mas acabou por ser melhor assim, o barulho ambiente é a melhor música de acompanhamento de viagens em certas circunstâncias, e esta era uma dessas circunstâncias. No fim da subida resolvo desviar a minha rota à direita. Tinha ali um local ideal para poder estar apenas na companhia dos meus pensamentos, e apreciar de uma forma bem tranquila o que se passa à minha volta, nas variadas esferas da minha actualidade. Um jardim. Numa sombra fico sentado, aproveitando os arbustos atrás de mim para me encostar. Observo duas das maiores árvores por lá presentes, e assim fico. O mesmo vento, o mesmo ar que sentia na minha cara estava a fazer mexer os ramos das duas imponentes árvores, e quando o vento parava, elas tranquilamente voltaram à sua posição original. Toca o telefone. Tenho que sair. Saio devagar como entrei. A razão tem de vencer sempre para o bem de quem pensa muito, por vezes demais.

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